quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cuidado com as baratas do supermercado Nazaré

Acabo de ler uma mensagem de um amigo, no twitter, revoltado porque comprou uma caixa de Cerpinha do supermercado Nazaré, da avenida Duque de Caxias, e ao abri-la em casa, a caixa estava cheia de baratas.
Fato que choca, dá nojo, mas não me surpreende.
No final do ano passado, estive no mesmo local fazendo umas compras e achei barata enquanto escolhia tomates e batatas. Obviamente não os comprei.
Ah, lembro agora que também tinha barata no freezer de frangos congelados.
Carlos Barretto, do Flanar, estava comigo e serve de testemunha.
Quando dei aquele gritinho típico de mulher quando vê inseto e em seguida reclamei com os funcionários, todos fizeram uma cara de "Ih, minha senhora, elas moram aí. Relaxe!".
Ao procurar o tal encarregado, ele disse "Vamos resolver".
Lembro que na época eu ia escrever isso aqui, mas vieram as festas de final de ano e com elas o esquecimento.
Mas o protesto de Marcos Sacci, hoje, no twitter me fez lembrar dessa agressão à saúde pública.
Aviso: não comprem no Nazaré da Duque!

A diferença no tratamento

Se o Fernando Henrique Cardoso estivesse entre os 100 homens mais influentes do mundo, o UOL e outros grandes portais deixariam chamada enorma na página inicial por três dias.
Como o considerado foi o Lula, passa o olho na internet pra ver o resultado.
E vejamos bem a diferença. Ele não foi considerado um dos mais influentes. Foi considerado O MAIS INFLUENTE.


(pega-te, porra!!! er... sou morta de lulista e com muito orgulho!)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

40 anos do Movimento de República de Emaús

Acabo de receber um telefonema que me encheu de alegria e me deixou bastante emocionada.
O eterno sotaque italiano do padre Bruno Secci me faz um convite muito entusiasmado. Um convite, não! Uma intimação, como ele mesmo ressaltou.
No próximo sábado, o Movimento República de Emaús completa 40 anos e um grande encontro marcará a data. "Estamos tentando reunir todas as pessoas que ao longo desses 40 anos contribuíram com essa história", disse eufórico.
Parece que um filme passou na minha cabeça enquanto lembrávamos de mais nomes para contactar.

Era agosto de 1998. As aulas tinham reiniciado na UFPA após quatro meses de greve. Tínhamos tido apenas um mês e meio de aula no primeiro semestre, antes da paralisação. Eu era uma caloura no curso de Comunicação Social.
Logo na terceira semana, um aviso de estágio convocava candidatos para a seleção na Agência Emaús de Notícias, uma agência especializada em notícias sobre a realidade da infância e adolescência na Amazônia. O aviso de estágio deixava claro: o candidato deve estar cursando no mínimo, o quarto semestre.
Eis que, com muita cara de pau, apareci lá. O tema me interessava e a grana também. Já estava sentindo que não ia ter como bancar todas aquelas fotocópias.
Fui barrada logo na entrevista quando Milene Mattos, jornalista coordenadora da Agência, descobriu que eu só tinha dois meses de aula (juntando com as aulas do primeiro semestre, que eu lembrava pra ela a todo instante). Insisti para fazer o teste, pelo menos para eu saber como era um. Muito generosamente, ela permitiu, advertindo que eu era café com com leite.
Dois dias depois, fui lá para o teste. Tinha que escrever duas pequenas matérias sobre uns casos que obviamente eu não vou lembrar, de transgressão ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Só lembro que um era em Rondônia e o outro no interior do Pará. A apuração era toda por telefone.
A Agência funcionava em duas salas conjugadas ao lado do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA) e, por conta do espaço apertado, a tal coordenadora ouvia tudo.
Mas a pior parte mesmo veio depois. Passava um pouco das 12h e as pessoas se arrumavam para sair para o almoço. Milene também. Na saída, ela fala pra mim "Vi que você já terminou de apurar suas matérias, né? Então escreva os textos neste computador aqui. Você domina word, né?". Eu nunca nem tinha ligado um computador na minha vida até aquele dia, mas respondi que sim, sem nem imaginar como eu faria para escrever. Ao passar pela porta entra o então estagiário que estava saindo da função para abrir aquela vaga, o hoje coordenador da Rádio Unama e professor da Universidade da Amazônia, Marcelo Vieira. Milene se vira e diz "qualquer coisa, pede uma luz pra o Marcelo".
Olhei pra ele como quem olha para um anjo salvador. Abri meu coração e contei que não sabia nem ligar o computador. Ele riu e muito gentilmente me disse que me ensinaria o básico,s o suficiente para eu escrever o que precisava. Não preciso nem contar que ela voltou do almoço e quase saiu pra o jantar e eu continuava cantando milho, né? Pois é!

Mas o legal mesmo é que uma semana depois, a vizinha chega em casa com o recado de que era pra eu ir no Emaús no dia seguinte de manhã. Milene me pergunta olhando bem nos olhos "Você vai ser responsável? Vai se esforçar para dar conta?". Parecia que eu estava sonhando! Ela disse que eu estava sendo contratada.
Eu digo que o Papai do Céu anda sempre comigo...

A questão toda é que eu tive a grande sorte de começar essa profissão tão difícil naquela Agência, que tinha a difícil missão de noticiar qualquer fato que fosse de encontro ao que regia o ECA, bem como que de divulgar todas as boas ações em defesa de crianças e adolescentes. O trabalho era financiado por entidades internacionais e tudo funcionava sob os olhos atentos do grande Padre Bruno, cuja sala, ficava ao lado.
Comecei a aprender jornalismo num lugar onde o respeito pelos direitos humanos é o que prevalece. Um lugar onde as pessoas trabalham pelo bem, onde se forma cidadãos, onde se luta e se faz um mundo melhor mesmo. No duro dia-a-dia do jornalismo e com a realidade tão cruel dos dias de hoje, apegar-se a isso é fundamental!
Lições que se leva para a vida.

Milene Mattos, Padre Bruno e todos os outros companheiros que comigo compartilharam os 11 meses que lá passei, muito obrigada por tudo!
E obrigada a você também, Marcelo. Tua ajuda fez toda a diferença!

Viva o Movimento de Emaús e todas as vidas por ele transformadas!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O ridículo plágio

Do jornal Brasil de Fato, sobre cândida capa da Veja com José Serra.


@Brasil_de_Fato Pode rir - Esta semana a revista Veja plagiou uma capa da Time e esquentou a série de ridículos para corrida eleitoral http://ow.ly/1BMtE


http://twitter.com/Brasil_de_Fato


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Nota da poster: A diferença básica é que Obama é simpático e charmoso, e até a oposição achava isso.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

A meiguice de Serra

A revista Veja realmente mostra que consegue se superar a cada semana.
Que porra de capa é essa????!!!!!!!!!
hahahahahahahahah
hahahahahahhaha
hahahahahahahhah
Não consigo parar de rir!!!

A credibilidade de Serra

Em véspera de eleição, José Serra, que é candidato à presidente da República pelo PSDB, anda fazendo discurso de que defende o fim da reeleição (leia aqui).
Fala com a mesma veemência com a qual afirmou nas eleições de 2004 de que, se eleito, jamais abandonaria a Prefeitura de São Paulo para a disputa ao Palácio dos Bandeirantes dois anos depois. Assinou até documento em cartório com sua promessa.
O que ele fez depois mesmo?
Com base nisso, acho mesmo é que, se eleito, o carecão é capaz até de aumentar o tempo do presidente no Planalto, isso sim!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O que falta mesmo é humanidade

Sobre o post abaixo "A briga pela dignidade no PSM", gostaria muito de agradecer por todas as palavras de carinhos que foram deixadas aqui. Agradecer a todos que repercutiram o texto, fazendo com que mais gente tome conhecimento e se revolte com o caos daquele hospital.

Mas gostaria mesmo é de ressaltar o que, pra mim, é a grande mensagem daque texto.
Sim, a saúde pública no país é um caos há muitos anos. Infelizmente,não só em Belém, não só no Pará.
Mas o mais revoltante mesmo é o descaso humano.
Lá no Pronto Socorro Municipal haviam dificuldade físicas e estruturais, mas nenhuma que ameaçasse o atendimento do Waldemir. Tinha a pediatra; tinha a enfermeira; tinha material para aplicar remédio; tinha o aparelho de raio-x e o técnico; tinham medicamentos; tinha o telefone para ligar para a Vigilância Sanitária; na Vigilância o telefonema foi atendido às 2h da madrugada.

O que faltou a todo momento foi humanização no atendimento. Faltou boa vontade de boa parte dos servidores. Fomos tratados mal, com negligência e descaso. Basta lembrar que a Vigilância Sanitária que funciona 24 horas e avisou que chegaria em uma hora, chegou 6 horas e meia depois!!
Ser tratado com desprezo é o mais humilhante. A negligência que se vê com a vida do outro é o que revolta. E, queridos, infelizmente, isso não depende só de investimentos públicos ou privados.

A prova é que em muitos comentários recebidos no post abaixo as pessoas denunciavam o mesmo descaso na Unimed. Eu mesma já fui vítima desse descaso lá. Precisava ser removida com urgência de um hospital para outro e a Unimed dizia que não tinha ambulância. Ora, para que eu pago essa pinóia, então? Eu berrava de dor e a enfermeira dizia que médico viria logo, mas apareceu quatro horas depois!! Quatro horas!!

O que eu acho mesmo é que o mundo está cada dia mais bruto. As pessoas se chocam cada dia menos com a dor do outro. E isso não tem governante capaz de mudar. Está na atitude de cada um. Ok, tem a ver com educação, sim! Mas tem a ver com valores e índole.

Tá bom, o papo tá virando texto de apostolado da oração. Vou parar por aqui.

Mas vamos todos exigir que sejamos atendidos como gente. Médicos cuidam de gente! Tem gado por aí, sendo melhor tratado por seus veterinários do que muitos de nós nos hospitais.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A briga pela dignidade no PSM

- Oi. Boa noite! Como faço para que esta criança seja atendida?
- Vai ali naquela janela - responde o homem virando o rosto.

- Boa noite, senhora! Estou com uma criança que está com os sintomas da H1N1 há 5 dias. Ele tem ido ao posto todos os dias, mas atendem e o mandam de volta pra casa. Ele está muito pior. Precisa de atendimento.
- Toma aqui a ficha de pediatria e vai ali naquela outra janela preencher a ficha.

"Que alívio. Vai ser rápido." Pensei. Fomos até a segunda janela Waldilene, o pequeno Waldemir - que andava se apoiando em mim - e eu.

- Boa noite, moço! Precisamos do atendimento de um pediatra.
-Diz aí os dados do paciente. - Ele é a terceira pessoa que cumprimento e não me responde.

Waldilene começa a responder. Estava muito nervosa e se atrapalha ao dar algumas informações. O atendente debocha e diz "anda, minha senhora".
Intervenho.
- Calma, moço! Ela está nervosa. O filho está muito doente!

De posse do papel, podemos entrar no hospital. Ao fazer a tentativa, o porteiro me segura pelo braço.
- Ei, ei! Só uma pode entrar.
- Moço é que ela é a mãe e precisa entrar.
- Então a senhora fica aqui.
- Mas é que ela está nervosa e eu gostaria de auxiliá-la. - Na verdade, eu temia pela negligência ali dentro. O Waldemir não estava em condições de lidar com a má vontade de médicos despreparados.
- Mas vai entrar uma ou outra. - disse ele taxativo.
- Queres ir, Wal?
- Não. Vai por mim. Tu sabe fazer as coisas.

Abracei o Waldemir e entrei naquele campo de guerra. Ainda bem que o pequeno estava meio desfalecido e era incapaz de perceber tamanha tragédia que o cercava. Apoiava-se em mim com o resto de força que tinha.
Paramos no caminho.
- Moço, por favor, onde é a pediatria?
- Vai aí, ó - Mais um que responde virando o rosto sem me fazer entender direito que caminho tomar.
Segui reto. Achei um lugar cheio de crianças deitadas em macas no corredor.
Era ali. Encaminhei-me ao posto de enfermagem.

- Oi, boa noite! Aqui está a guia. Ele precisa de atendimento.
- É nesse corredor. – Fala a mulher apontando sabe-se Deus pra onde.
- Qual? - Não havia mais corredor!
- Aí, minha filha! - responde irritada.
Dei uns passos para frente e vi umas salas. Olhei atentamente e vi que três delas estavam vazias e numa quarta, cinco crianças se amontoavam num micro espaço, tomando soro sob os olhos preocupados de suas mães. Voltei ao posto de enfermagem.
- Senhora, desculpa, mas é que não encontrei o lugar onde ele deve ser atendido.
- Menina, tá vendo essas salas ali? Bate lá! Lá tem médico. É lá.
- A senhora não precisa se irritar. Só lhe fiz uma pergunta. Não conheço o lugar e não sei se posso sair invadindo a sala dos médicos.
- Pode! Vai entrando. E eu não tô irritada. Tô falando e parece que não entende... E se não tiver ninguém, bate na última sala. Entra lá e chama.

Respirei fundo e voltei em direção às salas. Fui até a última. Bati e ninguém atendeu. Abri a porta cautelosamente. Minhas mãos tremiam. Não queria irritar mais ninguém e dificultar ainda mais o atendimento da criança. Duas médicas conversavam enquanto tomavam café.

- Opa, desculpa! É que a enfermeira disse que eu poderia bater aqui direto.
- Não, mas não pode. Espera lá fora. - Respondeu rispidamente a mais velha e mais baixinha.

Voltei e fui até uma cadeira. Vi que Waldemir não aguentava mais andar. Sentei o pequeno de seis anos e ele fechou os olhinhos. Estava fraco. Mais fraco do que quando cheguei em sua casa, uma hora antes. Fui visitá-lo porque achei estranho a mãe dele dizer que estava há uma semana levando-o ao Posto de Saúde e que ninguém internava a criança. Fiquei chocada quando o vi deitado na cama de sua pequena casa. Muito magro, amarelo, respirava com dificuldade, mal abria os olhos. Liguei para a minha ex-sogra, pediatra de mão cheia que recomendou que a mãe o levasse a um hospital urgentemente. Os sintomas me faziam desconfiar da tal Gripe A e então fiz uma segunda ligação. Meu amigo Carlos Barretto concordou comigo e deu o mesmo conselho da tia Amira. Óbvio que não pestanejei. Coloquei-o no carro, deixei a Dalila na casa de uma amiga e fui direto para o Pronto Socorro.

Na hora que sentei naquela cadeira, enquanto aguardava as médicas terminarem o bate-papo, dei-me conta da humilhação. Até aquele momento, ninguém tinha respondido a um cumprimento meu. Ninguém tinha dado uma informação com educação. Todos os servidores daquele hospital haviam nos tratado como cachorros sarnentos. Pensei na Waldilene. E se ela estivesse ali? Já estava tão fragilizada com a situação do filho... Pensei nas outras mães que me cercavam... Todas tão humildes e desprovidas de informação sobre seus direitos...

Treze minutos de espera e a médica nos chama.
O consultório é mínimo e a sala não tem cadeira para os pacientes. Nada é feito para que nos sintamos à vontade.
Descrevo os sintomas da criança e a médica trata com desdém e rispidez. Quanto mais grosseria recebo, mais educação e sutileza retribuo. Ela percebe que não está lidando com uma ignorante. Pergunta o que eu sou para o garoto. Respondo que ele é filho da moça que trabalha em minha casa e ela começa a me tratar com educação. Passa dois exames.

Enquanto fomos fazer os exames nos deparamos com as primeiras pessoas educadas daquele hospital. Fiquei feliz, pois percebi que nem todos eram iguais. Waldemir já estava a ponto de desmaiar. Mal deu conta de fazer o raio-x.

Aproveitei e liguei novamente para a tia Amira. Ela pediu que eu tentasse colocá-la ao telefone com a pediatra que atendeu Waldemir. Ia se apresentar como médica do garoto em busca de informações sobre o caso. O plano deu certo. Ao ouvir a voz da Dra. Amira Figueiras, presidente da Sociedade Paraense de Pediatria e médica conhecida e respeitada em toda a America Latina, a pediatra do PSM mudou até o tom da voz. Começou a falar difícil. Disse pra minha ex-sogra ter pedido exames que não havia pedido e eis que tudo começa a mudar no PSM... pelo menos pareceu naquele momento.

Enquanto esperava Waldemir recolher sangue e ser medicado, a situação de uma outra criança me chamou atenção. O garoto, de cerca de 10 anos, gritava dizendo não aguentar a dor. A mãe dele, ao ver que eu agilizei o atendimento do Waldemir, puxou um papo.
- Moça, me ajuda. Meu filho chegou aqui umas cinco da tarde. Ele tá com muita dor. Ele já fez ultrassonografia e deu que ele tem um líquido no abdômen e parece que vai ter que operar. O que a senhora acha que é? Ele tá com muita febre e diarréia.
Na mesma hora pensei em apendicite. Eu já tive e sei a dor insuportável que é.
- Quando vão operá-lo? - Perguntei
- A enfermeira disse que só quando o médico vier.
- E quando é isso?
- Talvez amanhã.

Fui até o posto de enfermagem.
- Licença, moça! Por favor, me tira uma dúvida. Esse menino está com apendicite perfurada, não é? Isso pode matar, não pode? Por que ninguém chama o cirurgião e diz que é uma urgência.
- Ah, mana, porque o cirurgião já veio aqui hoje.
- Mas esse é um caso de urgência. O garoto está berrando.
- Olha, aqui tem três urgências pra ele. – Ela fala exibindo três prontuários - Ele não vai vir. É sexta-feira. É assim mesmo.

Que sensação escrota... Parece que meu "poder de cidadã" foi pro ralo. Pensei no filho da puta do médico curtindo a sexta dele enquanto aquele garoto corria risco de morrer.

- Ah, e tem mais. Esse menino está chorando de tolice. Já estou acostumada. Ele quer ir pra uma cama. Mas já disse que não tem cama. Não tem leito. Ele tem que ficar aqui no corredor mesmo, infelizmente. - Finalizou a enfermeira.

Queria chorar, mas não podia. A mãe do garoto já estava nervosa demais. Restou-me ligar para o meu amigo Carlos Barreto e com ele desabafar toda a minha revolta.

Waldemir começou a tomar o soro. Estava muito desidratado. Tirou sangue para saber, afinal, o que tinha.

Chegamos ao PSM 19h50. Às 22h15, já com as coisas encaminhadas, saí do hospital, permitindo que a mãe tão aflita pudesse ficar ele. Ato que só foi possível porque encontrei uma conhecida na portaria. Ela está trabalhando na supervisão do hospital e autorizou a troca. O porteiro quase me bate quando fiz esse pedido a ele.

Era pouco mais de meia-noite quando Waldilene me ligou dizendo que eles estavam sendo isolados. A pediatra concluiu pelos exames que se tratava de H1N1. Dei um jeito de entrar novamente no hospital e recomeçar meus contatos. Carlos já havia conseguido o leito no Barros Barreto, hospital de referência para aquele caso. O PSM também já havia pedido a remoção. Alívio!

Não! Não era o fim. Cerca de 40 minutos depois, descubro que não foi solicitada para a Central de Leitos da Sesma uma vaga para H1N1, ou seja, aquela vaga do Barros Barreto, nunca seria dele. Solicitaram uma vaga para desidratação. Houve negligência médica. A auxiliar de enfermagem da área de isolamento começa a se empenhar de forma brilhante para tentar resolver a questão. Descobrimos quase meia hora depois que de nada adiantava. A Chefe de Enfermagem da Triagem do PSM, responsável por isso, havia cometido outra negligência: não havia chamado a Vigilância Sanitária! A saída de Waldemir para o Barros Barreto só seria possível depois de autorizada pela Vigilância Sanitária. Enquanto isso... o tempo passava e o risco dele perder o único leito vago lá no hospital referência na doença aumentava.

O Serviço de Vigilância Sanitária é 24 horas. Uma equipe deve ser deslocada imediatamente quando chamada em qualquer caso grave, como o de Gripe A. Foi chamada pouco mais de 2h da madrugada. Apareceu 8h30 da manhã. Vale ressaltar que eles disseram que chegariam uma hora depois do chamado.

Durante essa madrugada no Pronto Socorro Municipal, pude conversar com técnicos de enfermagem, enfermeiros, porteiros, funcionários em geral. Fiquei chocada como eles reconhecem o descaso, a falta de humanização. Eles mesmo sonham com uma mudança. Gostariam de ser tratados com mais educação, carinho e respeito. Falam que gostariam de tratar as pessoas assim também.

Ora, mas então porque não é diferente?

Ali falta estrutura física, é tudo velho, paredes infiltradas. Mas nada, nada é mais chocante e dolorido do que a ferida causada na autoestima de quem já está tão debilitado.

Quanto ao Waldemir, ele está bem! Está sendo tratado com Tamiflu em casa.
Moleque que aos 6 anos se mostrou guerreiro! Não chorou na hora das fortes dores na barriga, na cabeça, no corpo, ou das furadas de agulha. Não chorou nem mesmo na hora que teve que ser separado da mãe na portaria do hospital, para ter garantido o direito de ser atendido com a mínima dignidade.

domingo, 11 de abril de 2010

Agora é ELA mesmo!

Eis que a ex-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Roussef, entra o twitter.

Agora, é o perfil oficial!

"Bom dia, boa tarde, boa noite p/ quem me lê em qquer lugar do mundo. Começo hoje minha aventura no twitter. Quero aprender c/ vcs."

"Não vou fazer muito discurso por aqui. Quero trocar idéias, ouvir sugestões.Vou me abastecer cq os twiteiros. Vcs saberão por aqui onde estou."

"Tbém não vou ficar fingindo que passarei muito tempo na web. Vcs sabem que será impossível. Alguns amigos vão me ajudar."


http://twitter.com/dilmabr


Veja a foto do momento em que tudo começou:
http://tweetphoto.com/18099060

O 8 e o 80

Toda relação muito grudenta é cansativa. Em algum momento, um enjoa do outro.

Toda relação muito desprendida é cansativa. Em algum momento, um desiste do outro.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ora mensagem...

O Papa Bento XVI mandou um telegrama para o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, com mensagem de bençãos às vítimas das enchentes e deslizamentos no Estado. Disse que rezou pedindo pelas pessoas.
É pra fazer média, né?
Porque se ele quisesse ajudar mesmo não mandava bilhete falando o óbvio (porque rezar tá todo mundo rezando). Doaria um poquito daquele ouro todo do Vaticano pra ajudar toda aquela gente.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

É muita mesmo, né?

Tem horas que um assunto é tão batido pela imprensa, que o pobre jornalista já não sabe mas nem que título dar para a matéria, como salvar os arquivos, legendar as fotos etc.
A prova disso esta na imagem abaixo. Preste atenção na URL da matéria.

Viram?

Se quiserem checar, copiei o endereço. Basta clicar aqui.

Agora torçam pra o Portal G1 ainda não ter percebido essa falha. Eu a vi por volta das 14h. Quem me chamou atenção foi a colega Dani Franco. Não podia deixar passar...

terça-feira, 6 de abril de 2010

O tribunal de Deus

Caminho da escola, paramos no semáforo, na avenida José Malcher, ao lado da Igreja Assembléia de Deus, da 14 de Março.
A oração está tão forte que é possível ouvir os gritos do carro. Acho que era hora do exorcismo.

- Mãe, isso é uma igreja ou é um cartório?
- Como, Dalila?
- Isso é uma igreja ou um cartório?
- Você sabe o que é um cartório?
- Não aquele lugar onde todo mundo berra na hora que alguém vai ser julgado e o juiz tem que gritar desesperado 'silêncio!'?
- Não. O nome disso é tribunal.
- Não faz diferença. Isso é uma igreja ou um tribunal?
- É uma igreja.
- E o padre nunca grita 'silêncio!'?

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Meu amigo eleitor, eu sou gay!

Na semana passada, o super apetitoso Ricky Martin resolveu contar ao mundo sobre a sua homossexulidade. Com a "revelação", ele foi o assunto da semana. Como disse o José Simão, o ex-menudo deixou de ser um senhor velho e passou a ser uma bicha nova.

Eis que o esquecido cantor de axé Netinho viu que a fórmula de reaparecimento deu certo e também resolver anunciar que é gay. Hoje, ele foi notícia nos jornais.

Aí, eu me pergunto, será que isso vai virar tendência eleitoral? Porque em ano de eleição, nêgo é capaz de tudo para chamar atenção. Quem será a primeira biba a se anunciar?
Eu acho que no Pará o nome pode começar com V ou G. E vocês?

Rick Martin continua gato e apetitoso!

Netinho ressurgiu das cinzas para dar o grito de liberdade colorida!

Façam suas apostas


*Particularmente sou favorável ao grito de alforria de todos os contidos ou contidas. Mas sabem como é, né...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Daime do povo

Escrito por Ricardo Maradei e retuítado pela jornalista Adelaide Oliveira.

@ricardomaradei Segundo Boris Casoy, o Santo Daime é abrigo de drogados e a tolerância à droga tem que ser discutida. Boris Casoy é o Daime do povo.


http://twitter.com/ricardomaradei

Lôco por ti, Corinthians!

Ontem vivi uma experiência ímpar!
Estive no caldeirão da torcida corinthiana, no jogo com Cerro Porteño, no Pacaembu.
Ganhei uma passagem para passar o feriado de Páscoa em São Paulo e resolvi aceitar.
No pacote, o direito a assistir da área vip ao disputado jogo da Libertadores da América. Um lugar onde o ingresso custava R$ 250,00, com direito a lanche, sorvete, transporte e cadeiras confortáveis.
Fiquei meio temerosa quando fui convidada para a aventura, mas não podia me furtar dessa oportunidade única!
Ver o Ronalducho de perto foi realmente impagável (de fato porque não paguei nada!). Vê-lo fazer um gol... ah... êxtase!
O jogo em si não foi dos melhores.
O grande lance ali era sentir a vibração da torcida, aqueles gritos de paixão.
Dá para extrevasar a alma e o coração.
É realmente um bando de loucos. E é gostoso se unir a essa loucura.

Não sou a favor de torcidas organizadas, mas que é bela e emocionante a festa que elas fazem, isso é!

Isso era pra ser a foto do 2º gol. Pulei na hora

Orgulho de estar na festa de 100 anos do Timão