quarta-feira, 26 de março de 2014

Jovens negros são as maiores vítimas de assassinato policial em SP, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar) - e antecipada ontem pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de SP - aponta que 61% das vítimas fatais de violência policial no estado de São Paulo são afrodescendentes, 57% tinha menos de 24 anos quando morreram e 97%, eram homens.

Do lado dos agressores/assassinos, 79% eram brancos, 73% tinham entre 25 e 39 anos e 97%, eram homens. 

Vale ressaltar que os números oficiais mostram que os afrodescendente representam 30% do total  da população de São Paulo. Ou seja, mesmo não sendo a minoria, são eles os mais alvejados pela PM do estado.

Segundo nota da PMSP à jornalista Mônica Bergamo, 40% de sua tropa é de afrodescendente.

Dá pra entender porquê as políticas públicas de cotas raciais são tão necessárias?

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O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 314 votos a 36 e 6 abstenções, o Projeto de Lei 6738/13, do Executivo, que reserva 20% das vagas em concursos públicos a candidatos negros que assim se declararem na inscrição. A matéria ainda será analisada pelo Senado.
A reserva vale para seleções da administração pública federal e das autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União por um período de 10 anos.
A votação dividiu opiniões no Plenário. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) criticou o PL 6738/13. "Esse projeto é racista, separatista e imoral", afirmou o deputado.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) defendeu a medida. Para ela, a ação afirmativa não pode virar alvo de "chacota", referindo-se à fala de Bolsonaro. "O que falta ao negro é a oportunidade, e esse projeto vai dar oportunidade."
A votação da proposta no Plenário da Câmara foi acompanhada por manifestantes, que gritaram "cotas já" das galerias.



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