terça-feira, 16 de outubro de 2018

Levantem essa cabeça que ainda tem chão. Ainda dá!

Não à toa vejo que as postagens mais pessimistas - e em alguns casos até derrotistas - vêm de amigos que já nasceram classe média. Eu entendo e não os julgo.

Quem nunca precisou desde moleque acreditar que algo pode ser diferente, que ainda dá, não sabe como é "forçar uma barra" pra vencer.

"Ainda dá pra enfrentar a lei física de que dois corpos não ocupam o mesmo espaço e entrar nesse ônibus entupido".
"Ainda dá pra desfiar mais esse frango e render mais esse almoço".
"Ainda dá pra andar mais um pouco e economizar o dinheiro de uma condução".
"Ainda dá pra tingir mais essa roupa e usar por mais tempo".
"Ainda dá pra aguentar mais um pouquinho a fome e comer de tarde pra segurar almoço e janta de uma vez".
"Ainda dá pra costurar esse mochila e aproveitar pra o ano que vem".
"Ainda dá pra sonhar que eu posso mudar de vida".

Quem cresceu dando um jeito e matando um leão por dia sempre acha que ainda dá. Olhem ao redor de vocês!

Levantem essa cabeça que ainda tem chão.

Ainda dá, mores!
Ainda dá!

#HaddadPresidente
#MenosArmasMaisLivros
#LutarPelaDemocraciaAtéOFim

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Chega de bastidor. A gente quer o microfone!

Nós, mulheres, sempre fizemos os bastidores pra os homens brilharem sob os holofotes. Seja num jantar em casa, um evento da empresa, um trabalho acadêmico, uma atividade militante. Nos acostumamos a cuidar de tudo, preparar, secretariar.

A gente organiza, planeja, prepara o cafezinho, os convites, a mesa. Na hora, os homens pegam o microfone e dão o show. Muitas vezes, até o que eles dizem foi preparado por uma mulher.

Já passou da hora disso mudar As mulheres podem seguir fazendo os bastidores (se quiserem), mas precisam também estar sob os holofotes, mostrar a cara, falar com a sua própria voz. Não tenham medo, migas! Temos que botar a cara no sol!

PS: E, meninos, aprendam que o microfone, a cabeceira da mesa e o protagonismo da conversa da sala de jantar não podem mais ser ser só de vocês. 

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Bora dividir a vida e os sonhos?

Não importa qual o apuro, sempre aparece alguém pra me dar uma ajuda.
E me lembro de ser assim desde a infância. Minha vida sempre foi cheia de gente generosa.


Eu devia ter uns 12 anos quando ouvi a minha mãe dizer “A gente nunca tem pouco o suficiente que não possa dividir”. Ela resumiu numa frase tudo que cresci vendo ela e minha avó fazerem: dividir.


Nesses 38 anos de vivência como Waleiska na Terra, já dei muita cabeça, cometi muitos erros, machuquei um tanto de gente, dei trabalho pra mais um bocado. Mas tenho tentado exercitar todos os dias a dádiva da divisão.


Dividir alegria, dividir sorriso, dividir uma marmita, dividir a luta, dividir carona, dividir conhecimento, dividir despesas, dividir felicidade, dividir os sonhos, dividir o limite do cheque especial. E por que não dividir também as tristezas e as preocupações de alguém? Chega aí, conte que a gente buscar uma solução.


Sei que isso parece papo namastê, mas se eu pudesse escolher uma palavra pra marcar essa minha passagem de ano seria GRATIDÃO. Não essa palavra solta de modinha de rede social.


Falo daquela gratidão que enche o peito, que emociona, que faz chorar. Porque se eu passei perrengue nessa vida, os fardos sempre foram suavizados por muitas mãos amigas.


Esse coraçãozinho é pra todos vocês que fazem parte dessa caminhada. Espero poder ainda comemorar esse 22/06 por muitos anos. Até lá, bora dividir a vida e os sonhos, meu povo!


terça-feira, 20 de março de 2018

Gratidão às mulheres pretas

Pra mim, militância é muito mais do que querer ~transformar o mundo~. É preciso estar disposto a mudar a si mesmo.

É ter o direito de falar o que pensa, mas estar disposto a ouvir e a assimilar.

Estou longe de ser um exemplo de militância. Nos últimos 6 anos, tenho feito um esforço enorme pra aprender sobre muitas coisas na vida, muitas sobre as quais eu já tinha uma "opinião formada".

Às vezes, aprendo com amor. Outras, na porrada mesmo.
Às vezes, é uma aprendizagem de boa. Noutras dói um monte.

Nesse processo de aprendizado, que há durar por toda a minha vida (assim espero), tem um grupo a quem devo muitas "lições": o das mulheres pretas.

Porque eu sou negra da pele clara. Se eu já sofri um preconceito aqui ou acolá sei que não é milésimo do que passa uma mulher preta, que todo dia se vê obrigada a provar pra alguém que pode, que é, que tem direitos, que tem capacidade.

E segue a luta (sobretudo, interna).